quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

NETUNO


Filho de Cronos e Réia, assim como seus irmãos, foi devorado pelo pai logo ao nascer, devendo a Zeus seu retorno à vida. Foi elevado à dignidade de deus principal no momento da partilha do governo do universo, tornando-se o soberano do mar, dos lagos e dos rios, o deus da navegação, das tempestades e dos terremotos, invocado pelos marinheiros que queriam garantir uma boa travessia. Tinha como atributos o tridente, o delfim, o cavalo e o touro.
O contato com o grande oceano do inconsciente coletivo, esse eterno armazém de imagens e sonhos, pode trazer terremotos psíquicos. Em geral, porém, os astrólogos percebem Netuno como um planeta suave, quase feminino pois o netuniano típico vive em outro mundo, sua visão volta-se para uma realidade interior que pode criar castelos de fantasia que deliciam as multidões ou que podem levar o nativo a um submundo escuro de escapismo e abuso de substâncias tóxicas.
O êxtase é ao mesmo tempo o dom e o defeito fatal do indivíduo netuniano. Os astrólogos com freqüência referem-se à década de 1960 como uma época muito netuniana – as drogas, os arroubos amorosos, o idealismo, a colorida roupagem boêmia sugerem Netuno muito fortemente. É perigoso ser possuído por um arquétipo. O ego humano comum não consegue lidar com isso. O xamã saudável, que cura a tribo, não cai vítima do tipo de possessão arquetípica que aflige tão facilmente os netunianos contemporâneos. Ele executa sua dança divina, tira sua máscara e volta à consciência humana comum.
Netuno instalou-se nas profundezas psíquicas do homem, tornando-se o símbolo de tudo aquilo que em cada um de nós não é consciente nem visível. É tão importante como fator astrológico que suas atribuições simbólicas ainda hoje são amplamente experimentais e as pesquisas a seu respeito são intensas. É possível ver o tridente como símbolo das profundezas inconscientes que dominam o consciente, pois os abismos marinhos são também símbolo do inconsciente e o depósito de tudo o que foi posto de lado. Portanto, ele agita as águas, provoca maremotos, faz a terra tremer e afundar, suscita os monstros do mar (os monstros do inconsciente) e engole deuses e criaturas numa clara analogia com o mecanismo de introjeção e do afundamento do Eu no Inconsciente.
Quando Netuno corteja Tétis, a Nereida, para casar-se com ela, uma profecia o alertou de que o filho nascido dessa união tornar-se-ia mais importante que o pai; Netuno, então, renunciou ao casamento com Tétis para evitar que se repetisse o trágico tema dos pais. Ora, Netuno é, portanto, o princípio de sublimação, de superação. É a renúncia à intenção para melhorar a consciência de si pois Netuno é um impulso irrefreável da energia psíquica instintiva que não conhece obstáculos, a expressão do Inconsciente Pessoal e coletivo. Porém, uma das coisas mais difíceis é espanar areia de nossos olhos, despertar e manifestar nossas visões, libertar-nos da escravidão e do cativeiro porque, uma vez em liberdade, precisamos fazer escolhas sozinhos, aceitar a responsabilidade por essas escolhas e viver de acordo com elas. E muitos de nós preferem viver de olhos fechados, culpando as outras pessoas por sua desgraça.
Negação significa “olhar para outro lado”. A negação baseia-se em olhar para longe da realidade. Quando a realidade (Saturno) é ignorada ou negada, Netuno toma a dianteira com sonhos, fantasias, vícios, ansiedade desenfreada, etc. Então o desafio é manter-se ligado a seu centro espiritual interior enquanto continuam a viver no plano material.
Como deus das tempestades e terremotos, Netuno era capaz de liberar sua raiva primordial e sua intensidade emocional sobre a Terra à vontade. Esse aspecto de Netuno não é bem compreendido, mas é o resultado quando emoções e instintos não tem permissão de existir na superfície ou quando não são liberados em intervalos apropriados.

Rejane Woltz Barbisan
Astróloga

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

TENSO, INTENSO


“Se meus demônios me abandonarem, tenho medo de que meus anjos também levantem vôo.(Rilke)”.

Era um grupo pequeno, pessoas escolhidas por sorteio, já que a procura pelas poucas vagas oferecidas foi disputada. Quando pensei fazer aquele seminário sabia muito bem o que eu queria (queria me desvelar mesmo), o que não sabia era o impacto que o convívio com essas pessoas causaria entre nós, pois conforme cada um foi se identificando, afinidades e controvérsias foram se mostrando. A proposta é muito interessante e provavelmente muito produtiva: a idéia é reunir doze pessoas, cada uma de um signo, trocando experiências, trocando impressões, expressões artísticas ou não, enfim, cada um na verdade, revelando sua personalidade única, dentro é claro, de uma delimitação de tempo e espaço.

Mas dentre todos um tipo me chamou especial atenção – um tipo tenso, intenso. Sabe aquela pessoa que quando cruza com teu olhar, há uma perturbação, há um fascínio irresistível, e voltas a olhar para saber o que foi que tocou, onde cutucou. Enigmático, penetrante, desconfiado, aparentemente hostil e impiedoso. É um olhar que sonda sem nada revelar – visão de raio X, sagaz como águia; tem uma maneira esquisita de perceber aquilo que as pessoas não querem que os outros saibam. É denunciador, porque pouco tolerante, percebe a hipocrisia e a impostura com um faro para as correntes subterrâneas. O signo de Escorpião é o único do zodíaco que tem como símbolo três animais: o escorpião, a serpente e a águia que significam as fases evolutivas em que os nativos desse signo se manifestam. Então, o escorpião – essse aracnídeo cuja cauda sempre retesada, está pronta para atacar e inocular seu veneno mortífero; já as serpentes, rastejam bem junto ao solo e ouvem os segredos da terra, possuem a sabedoria da terra, captando informações mais concretas da vida prática e as águias sobrevoam com sua visão poderosa, captando dados nos planos mais sutis, onde o imperceptível e o mais importante acontecem.

Foram de poucas palavras e alguns gestos sutis que fui adivinhando essa personalidade que foi revelando esse personagem intenso. Agora, porque tenso? Lembre o efeito elástico, quanto mais estica, mais expicha e então laceia...

O que ele mostra com seu ar de sedução é uma dificuldade extrema de relaxar o controle de si mesmo e contaminar toda sua expressão numa espécie de cortina de fumaça; a aparência fleumática e indiferente é só uma máscara e por vezes parece profundamente cínico, porque constantemente envolvido e confrontado com um dos mais confusos segredos da natureza humana: o seu lado sombrio, ou seja, junto à nobreza e à grandeza da raça humana ainda existe um animal, e que animal! Cabe-lhe então o papel de Judas – a força de escorpião permitiu que Jesus Cristo morresse e descesse às entranhas da terra para então, renascer e levar a luz a todos os seres terrestres - há que ser cruel, pode ferir fundo quando quer e sua franqueza exclui qualquer compaixão. O mal não é algo abstrato, nem culpa de outro: ele está em todos nós e temos que chegar a um acordo com a Hidra de nove cabeças que existe dentro de nós mesmos que podem significar os muitos desejos de um coração incivilizado. A hidra significa muitas coisas como ciúme, vingança, inveja, raiva, sexualidade frustrada, violência, tão próprio desse ser passional por excelência...

A Hidra é uma besta parecida com uma serpente, tem nove cabeças, cada uma dotada de dentes com veneno mortal. É como se fosse uma cobra múltipla e, mais um detalhe: cortar uma dessas cabeças e nascerão três no seu lugar. Mas o grande segredo é que a Hidra não suporta a luz. Então, se não conseguires abater as múltiplas cabeças, tens que levar a criatura até a luz do sol; ela se contorce toda e começa a morrer. Agora, só resta uma cabeça que é imortal e dentro da qual há uma jóia preciosa, ou seja, o monstro tem algo precioso que precisa ser olhado à luz da consciência: eis o que esse diferente olhar pode transformar!

Compreender ao mesmo tempo essa tenacidade e perspicácia que perpassa nesse olhar que tudo vê, é saber que ele mostra um ser de desejos intensos, profundamente sentimental e sensível, é extremamente suscetível aos sentimentos alheios, se magoando com facilidade. Este ser, muitas vezes intensamente solitário, prefere observar e algumas vezes dar alguns flagrantes no inconsciente do outro, mas o que este olhar parece dizer o tempo todo é que tudo deve ser vivido como se não houvesse amanhã. Ele não tem ilusões sobre a vida e não tenha a ilusão de passar incólume por um relacionamento com um escorpiano, nada será como antes.

Ana Rodolphi

Astróloga

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SIGNO: ESCORPIÃO


O mais desconcertante e talvez o mais incompreendido signo do zodíaco: enigmático, penetrante, aparentemente hostil e impiedoso. Como compreender este oitavo signo que parece provocar tanta confusão, fascinação e temor? Para isso é relevante observar o simbolismo a ele associado. Primeiramente, é o único signo que possui um simbologia associada a três animais: o escorpião, a serpente e a águia. Observando estes animais podemos delinear as principais características e, de uma certa forma, até a própria evolução dos nativos deste signo, que é considerado o mais forte e magnético do zodíaco.

O escorpião é um animal que vive isolado – o escorpiano também não é uma criatura coletiva, prefere um pequeno círculo de amigos de confiança. Desprovido de agressividade, desde que não o ataque, pois aí irá ataca-lo para matar. Ele também prefere se destruir a se submeter ao controle de alguém.

Na astrologia antiga era representado pela serpente e este é um símbolo muito profundo e nos diz muito a respeito de escorpião: a serpente troca de pele ciclicamente – muitas vezes a vida de um escorpiano se fragmenta em diversos capítulos, a medida que passa de um ciclo para outro. A serpente se move junto ao solo e ouve os segredos das raízes das coisas. Na Bíblia, ela é Lúcifer, o anjo caído. Portanto, ela tem duas caras, contém os dois: o bem e o mal, o mesmo acontecendo com o escorpiano. Já a águia está associada ao mais alto nível evolutivo do signo de escorpião, no qual o indivíduo se afasta dos interesses puramente terrenos, para se dirigir aos planos superiores da espiritualidade. A percepção aguçada do escorpiano é comparável ao grande alcance que atingem os olhos da águia . Se agora juntamos as duas simbologias – a serpente e a águia, podemos vislumbrar a poderosa perspicácia de escorpião, ou seja, captam informações mais concretas da vida prática, assim como captam os dados mais sutis, onde o imperceptível e o mais importante acontecem. Essa visão interior/exterior lhe confere uma das marcas mais importantes deste signo que é a visão através do outro, isto é, gosta de ver o que não é mostrado, ouvir o que não é dito, ou ler o que não está escrito.

Muito se fala a respeito da famosa sensualidade e das tendências eróticas de escorpião, porém isso não é assim tão simples. A palavra chave é paixão. Passional ao extremo, não há nada de indiferente num escorpião apaixonado. A sexualidade para escorpião é mais uma questão de emoção; seu ciúme não é apenas físico, é mental, ou seja, quer se apropriar de tudo que existe na mente e no coração do outro – a possessividade é tão natural quanto a respiração.

Seus sentimentos são muito intensos, mas também sabe ferir fundo quando quer e sua franqueza exclui toda compaixão, pois não suportam hipocrisia, assim como não há simulação possível diante de sua poderosa visão de raio-X. Seu senso de justiça é baseado em impressões emocionais e jamais esquece uma ofensa, porém não fica nutrindo ressentimentos, pelo contrário, ao ser agredido, parte obstinadamente a engendrar uma ardilosa vingança – não espere sentimentos cristãos como docilidade e paciência. Ninguém vive um relacionamento com um escorpiano sem mudar: vai aprender a ser mais consciente de si mesmo, dos anseios dos outros e de um incrível mundo invisível da psique que não enxergamos – sua perspicácia nos mostra que não seríamos tão cruéis se sentíssemos a crueldade primeiro dentro de nós mesmos.

Não por acaso, o descobrimento do planeta Plutão, regente de escorpião, coincidiu com o auge da psicanálise ( Freud tinha ascendente em escorpião) que procura trazer à luz a parte inconsciente da psique; descoberto no signo de câncer, a mãe do horóscopo e, situado entre Castor e Pólux que, em sua regência, distribuem entre si o céu de cima e o inferno de baixo.

Ana Rodolphi

Astróloga

domingo, 10 de janeiro de 2010

Saturno, Senhor do Tempo.

Saturno, o Senhor do Tempo.
Em 2010 as configurações astrológicas mostram que Saturno, o senhor do tempo, vai se fazer presente. A quadratura entre Plutão em Capricórnio e Saturno em Libra, nos exigirá paciência, cautela e rigorosa seleção de prioridades, reduzir, avaliar, desenvolver maior consciência da importância do tempo. E começamos em Janeiro, já que o Sol transitando por Capricórnio e iluminando este aspecto, tornando claro e evidente a autoridade de Saturno. Algumas estruturas estão em transformação e muitas chegam ao fim. Plutão em Capricórnio indica a transformação e Saturno, que está exaltado em Libra, nos mostra que os nossos valores, o convívio social, a capacidade de estruturar as relações serão grandes aprendizados e onde experimentaremos com maior ênfase essa transformação. O fim de algumas estruturas pode implicar no fim daquilo significa segurança, mesmo que aparente. É importante estar atento aos sinais que o corpo nos envia nesses momentos, já que podemos tentar suportar e até resistir a certos processos, e o acúmulo de sensações e tensões pode acabar trazendo prejuízos ao corpo. A coluna, em geral, é a que mais manifesta problemas. As estruturas que se transformam fora também afetam dentro e Saturno está ligado aos ossos, à nossa estrutura.
Essa pode ser uma ótima oportunidade para aprofundar determinadas experiências, criando um espaço para isso, caso contrário podemos ser consumidos por aquilo que imaginamos estar consumindo. Esse espaço para aprofundar e valorizar as experiências é necessário para que possamos fazer uma adaptação e assim assimilar as novas etapas. Sem esse espaço corremos o risco de anular o valor do que experimentamos não percebendo a importância e a validade do que vivenciamos.
E percebendo que as experiências fazem sentido, que são realmente importantes, então podemos olhar para a qualidade das nossas trocas, das nossas relações, a qualidade do que podemos construir. Permitir-se tempo para este processo pode ser muito enriquecedor e produtivo.
Em 18 de janeiro, Júpiter ingressa em Peixes, fica até Junho, depois ingressa em Áries, e retrograda para Peixes em Setembro, será intenso e perfeito para idealizarmos, conectarmos e nos encantarmos com os novos ventos. Júpiter em Peixes pode nos auxiliar no processo de dissolução dos aspectos vencidos e ultrapassados e ao mesmo tempo possibilitar que façamos uma integração maior, buscando a compreensão. Aprendendo a conciliar razão e emoção, buscando maior inspiração e quem sabe, mais leves e confiantes.

Fabiana Pizetta (Ambika)
Astróloga.