terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Características dos OITO TIPOS DE LUNAÇÃO

Devemos considerar, ao fazer a análise, as limitações impostas a uma pessoa, por seu ambiente social, cultural, etc. O que importa é a qualidade do relacionamento, quando é polarizado para sua contribuição à comunidade ou nação.

O tipo Lua Nova: quem nasceu com a Lua até 45º de distância do Sol.

Tende a ser subjetivo, impulsivo e emocional nas suas reações aos relacionamentos. Confusão ou tendência para se projetar sobre os outros ou o mundo, para viver e amar como se fossem sonhos ou telas para projetar sua imagem ou sombra. Pessoas e situações são enfrentadas sem muita preocupação com o que são realmente – tornam-se símbolos.

O tipo Crescente: as pessoas nascidas com a Lua entre 45º a 90º à frente do Sol no zodíaco.

Novo impulso para a ação que normalmente leva à auto-afirmação, à fé em si mesmo e um intenso desejo de superar obstáculos para alcançar um anseio vital. No aspecto negativo, poderá ser caracterizado por uma sensação profunda, subconsciente, de ser esmagado pelo ímpeto do passado.

O tipo do 1º Quarto: pessoas nascidas com a Lua entre 90º a 135º adiante do Sol.

Crise na ação, atividade administrativa, enérgica. Na pessoa, o impulso é da construção de estruturas que poderão servir para futuros ideais sociais e novo senso de relacionamento interpessoal. O tipo positivo tem vontade forte, sentimento de auto-exaltação ao se defrontar com velhas estruturas em desintegração.

O tipo da Lua Corcunda: as pessoas nascidas com a Lua de 135º a 180º à frente do Sol.

Tendência a dar muita atenção ao desenvolvimento da sua própria capacidade de crescimento pessoal. Desejam oferecer valor e significado à sua sociedade, à própria cultura. Elas trabalham no sentido do esclarecimento de questões pessoais ou sócio culturais, tendo em mente algum objetivo. Geralmente são possuidoras de mente aguçada da capacidade para associar idéias e conceitos. Poderão devotar-se a uma causa ou pessoa.

Tipo da Lua Cheia: com a Lua entre 180º a 135º atrás do Sol, o ápice do ciclo.

Fazem parte dos fatores básicos do caráter a objetividade e a percepção clara nos relacionamentos interpessoais e sociais. O que foi sentido no passado, agora é visto. Indica algum tipo de realização, revelação ou iluminação. Porém, no caso negativo, separação ou divórcio (às vezes, separação da realidade ou divisão interior). Para este tipo de pessoa, o relacionamento ou significa tudo ou repudia todos (exceto aquele “ideal”).

O tipo Divulgador: com a Lua entre 135º a 90º atrás do Sol, no zodíaco.

No sentido positivo, são pessoas inclinadas a demonstrar aos outros o que aprenderam ou experimentaram. Freqüentemente agem como divulgadores de idéias, daquilo que os impressionaram nos estudos, nas suas experiências ou na tradição. O tipo negativo pode tornar-se um fanático ou ser dominado por emoções coletivas.

O tipo do Último Quarto: as pessoas nascidas com a Lua minguante de 90º a 45º atrás do Sol.

As do 1º Quarto representa um estado de crise na ação e as do último Quarto tem a tendência para sofrer de crises na consciência; parece mais importante a materialização das suas crenças ideológicas em sistemas de pensamento definidos e/ou em instituições concretas. Nos relacionamentos pessoais e sociais, tendem a forçar questões baseados em princípios que defendem. Consideram-se pioneiras e podem demonstrar ironia ou senso de humor, ou são incapazes de aceitar críticas.

Tipo da Lua Balsâmica: as pessoas nascidas a menos de 45º atrás do Sol (cerca de 3,5 dias antes da Lua Nova).

O período que representa um décimo do total de ciclo de lunação constitui um estado de transição (sandhya – na doutrina hindu dos ciclos) – ou estado de semente; e esta semente se transformará na base da futura planta, desde que as condições sejam adequadas.

Nas manifestações elevadas, a pessoa pode ser profética e voltada porá o futuro (sentindo ser produto do passado), ou sentir-se possuído por um destino social ou quando, por um poder superior, sente que algo maior do que sua individualidade está ocorrendo e poderá aceitar o sacrifício ou martírio por amor ao futuro (do grupo ou humanidade). Os relacionamentos importantes que experimenta têm caráter de finalidade – meio para alcançar um objetivo transcendente.

O Ciclo de Lunação

Dane Rudhyar

Ed. Pensamento

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

2010 - Um ano de Vênus

Este é um ano que promete muitas mudanças. Que vem se configurando há alguns anos, mas que agora terão seu ápice. Desde a entrada de Plutão em Capricórnio, em janeiro de 2008, já começamos perceber que aquilo que representava segurança e estabilidade, tanto para nós, brasileiros, mas também em termos mundiais, está em transformação. Uma nova forma de perceber e se relacionar com os fatos estão se apresentando. Aquilo que era já foi e o que vem, ainda é muito novo e pode ser muito bom, mas nos convoca a uma reavaliação geral, em muitos âmbitos. Pela configuração de aspectos tensos em signos cardinais, como a quadratura de Saturno em Libra e Plutão em Capricórnio, podemos entender que um processo chegou ao fim, ao seu limite. Aquilo que nós mesmos criamos, a estrutura que foi construída já não comporta, não cabe mais, e para muitos, este processo pode ser tranqüilo, mas para outros pode ficar bastante difícil e doloroso, na medida em que os conflitos e os limites se apresentam e se insistimos em manter uma estrutura que pertence ao passado. Vamos ter que lidar com os sentimentos, e com sensações que há muito tempo evitamos, das quais estamos muito distantes. Pode haver exacerbação das emoções, e o desafio será aceitar e manter certa serenidade.

As pessoas, entusiasmadas, estão se movendo com uma aparente segurança individual, calcada na aquisição de bens materiais e na aparência externa, porém insatisfeitas com o rumo de suas vidas, que está sendo questionada apenas num nível superficial, porque a prioridade é adquirir, o que entra em choque com a sensibilidade e as emoções, suplantadas pela posse material.

A instabilidade financeira, junto com o incentivo cada vez maior para o consumo exagerado, se traduz na desmotivação e insensibilidade que vem da necessidade de ter em vez de ser. Essa necessidade tende a mudar, a inverter o foco, na medida em que as circunstâncias externas, no cotidiano das pessoas, também mudam. Isso vai gerar uma ansiedade relacionada com a estrutura de suas escolhas afetivas, familiares; o convívio, a solidariedade e o que podemos compartilhar.

O certo é que, este mundo em que vivemos, está realmente se modificando rapidamente e um novo surgirá. Mas surgirá da reconstrução que faremos neste processo. Então podemos aproveitar imensamente esta oportunidade de criar novas bases, e fazer novas escolhas com mais autenticidade.

Com Plutão transitando no signo de Capricórnio – na Casa XI do mapa da Independência do Brasil, que representa o Senado, os países aliados e o funcionalismo público – as estruturas do governo poderão ficar seriamente abaladas, de maneira gradativa; a desestabilização do Senado poderá ficar ainda mais evidente, gerando completo descrédito da classe política na população, com possíveis conseqüências nas eleições do ano, que poderão surpreender; as garantias propaladas sobre o fornecimento de energia elétrica no país não são consistentes, tendo em vista os “colapsos” que já estão ocorrendo. É muito provável que o crime organizado (e as drogas) aumente de maneira assustadora, saindo do controle, com a população sentindo-se cada vez mais ameaçada, o que poderá causar revoltas e desafios às autoridades constituídas (Urano em trânsito fazendo uma conjunção exata com o Plutão do mapa natal).

Saturno ingressou no signo de Libra em novembro de 2009, o que significa muita cautela e aprofundamento nas relações diplomáticas, alianças, tratados e acordos comerciais. E a partir de fevereiro de 2010, estará fazendo um trígono com Júpiter do mapa do Brasil, o que significa possibilidade de crescimento do turismo, dos entretenimentos, espetáculos; este é o signo que trata também sobre a orientação da justiça. Será um período em que se disseminará a sensação de que tudo vai ficar bem e uma onda de otimismo poderá tomar conta da nação, que estará confiante na estabilidade financeira.

Porém, os aposentados, idosos, trabalhadores urbanos e rurais terão grandes dificuldades no setor da saúde pública (Saturno em trânsito em Libra fazendo oposição ao Plutão natal). Júpiter (a coletividade nacional, os interesses da nação) passando pela Casa I do mapa do Brasil, poderá aumentar a confiança da auto-imagem da nação, gerando otimismo exagerado.

A partir de julho de 2010, deverão acontecer algumas surpresas, nem sempre agradáveis, por parte de elementos muito conservadores e autoridades legalmente constituídas: problemas com países vizinhos (fronteiras comuns); com os meios financeiros; considerando a proximidade das eleições, a paz social poderá ficar abalada, (falta de credibilidade na classe política); o imprevisível comportamento do tempo (excesso de chuvas em uma região e seca em outra) ocasionará problemas nas safras de grãos, afetando a balança comercial. Devido a estes problemas, aparecerão os oportunistas (internos e externos), gerando o enfraquecimento ainda maior das estruturas governamentais e aumentando a insegurança, tanto nas cidades como no campo, a partir de agosto.

O colapso das instituições financeiras foi uma crise anunciada que ocorreu em outubro de 2008, quando Marte (insegurança interna dos países) e Saturno (construção civil), se encontraram no mesmo signo – Virgem (bens imóveis): as pessoas físicas, nos Estados Unidos não conseguiram mais pagar seus empréstimos, levando as instituições financeiras e empresas de grande porte começar a pedir concordata e/ou falência, gerando um efeito dominó de grandes proporções, que afetou a economia global. Embora o Brasil, aparentemente, tenha sido pouco afetado, ainda não está totalmente livre de sofrer algum revés. Se houver gastos excessivos do governo (Plutão natal em quadratura com Plutão em trânsito), ocorrerão graves problemas, sem solução no médio prazo.

Dessas grandes mudanças que se desenvolvem em 2010, o que podemos fazer é olhar para nossas relações e projetos com mais cuidado e atenção. Vale a pena todo esforço para integrar os aspectos importantes e aproveitar para eliminar de vez os que já estão vencidos e ultrapassados. Uma maior clareza dessas mudanças poderão nos deixar um tanto inseguros, mas assim teremos a possibilidade de iniciar este processo dentro de nós mesmos, e quando ele estiver evidente fora já estaremos prontos para acompanhá-lo.

Ana Rodolphi

Fabiana Pizetta

Rejane Barbisan

Astrólogas


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


Lua Negra, a Lilith Astronômica


Em primeiro lugar, gostaria de dizer que as colocações que farei aqui, em parte são observações minhas, feitas ao longo dos meus anos de estudos, a respeito deste ponto virtual denominado Lua Negra, mas principalmente das observações apontadas por Clovis Peres, meu professor durante alguns anos, que foram colocadas durante as nossas aulas e nos escritos que ele me transmitiu.


A idéia aqui não é a de esgotar, nem concluir, o assunto da Lua Negra com estas observações, ao contrário, a idéia é justamente expor estas observações, para que a partir disso possamos ampliar as nossas possibilidades de entendimento deste aspecto tão importante e ao mesmo tempo tão complexo.


Essas informações introdutórias tem o intuito de facilitar o entendimento desse aspecto para uma melhor conexão e integração com esta energia.
Essa exposição se ocupará de dois momentos. O primeiro da definição astronômica de Lua Negra e o segundo refere-se a sua representação.


Definição astronômica de Lua Negra, Lilith:
A definição astronômica da Lua Negra, usada pelas efemérides, é a de um marcador dos apogeus lunares, sejam eles médios ou verdadeiros, ou ainda o foco vazio da elipse que também se situa na linha dos apogeus.
A Lua Negra não é um corpo celeste, é um ponto móvel no espaço, que atua como um vórtice de energia, o foco vazio da órbita da Lua em torno da Terra.
A Lua percorre uma trajetória elíptica em torno da Terra. Uma elipse possui dois pontos focais e aquele que fica vazio foi denominado Lua Negra ou Lilith. Na realidade, a Lua e a Terra movem-se ambas ao redor de seu centro comum de gravidade. É preciso destacar que essa trajetória elíptica da Lua não se constitui de uma elipse exata propriamente, deste modo é necessário estabelecer a diferença entre a órbita média da Lua, que é uma elipse levemente alongada, e a órbita real, que oscila ao redor da órbita média devido a diversas interferências.


A Lua Negra descreve o ciclo dos Apogeus e Perigeus lunares, ou seja, isso corresponde à menor e à maior proximidade da Lua e da Terra, efeitos da atração gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua.
Nos Apogeus a Lua atinge a maior distância possível da Terra, sua maior lentidão nesse momento é devido à composição da sua velocidade de escape com a força gravitacional que a Terra exerce sobre ela. Nos Perigeus, ao contrário, a Lua chega à menor distância possível da Terra. Assim, a Lua Negra, nas Efemérides, registra o ciclo dos Apogeus lunares, que é quando ocorre o maior distanciamento da Lua em relação à terra.


Este ponto astronômico denominado Lilith, Lua Negra, foi descoberto pelo astrólogo francês Don Néroman, no final do século XIX. Eu gostaria de enfatizar que este trabalho se refere à Lua Negra, Lilith astronômica, que é um ponto virtual, e não ao asteróide Lilith 1181
Se a Lua Negra ocupa um foco e a Terra outro da elipse, ocorre então uma polarização muito forte. Esses dois focos são pontos necessários para que a elipse exista e este é o caminho da Lua ao redor da Terra


Este entendimento dela nos céus e nos mapas nos leva a refletir sobre as fases lunares: nova, crescente, cheia e minguante, quando elas ocorrem nos Apogeus ou nos Perigeus. Assim, a maior reflexão lunar favorece toda vida e a menor reflexão nem tanto.
Quando as fases lunares ocorrem nos Perigeus, no período em que a Lua, está mais próxima da Terra, ela reflete com maior intensidade a luminosidade do Sol e dos planetas, as marés são turbulentas e o clima é instável e imprevisível. Já nos Apogeus essa reflexão é menos intensa pela maior distância entre a Lua e a Terra, as marés são mansas e o clima tende à tranqüilidade.

Mas o nosso interesse maior deve incidir sobre a composição gravitacional, as forças em jogo e em que sentido essas forças afetam a vida aqui.


A representação da Lua Negra
A Lua Negra é uma função lunar, e podemos definir luz e sombra, atração e repulsão, proximidade e distância, fluxo e refluxo, calor e frio, vazio e excesso.
Está ligada ao grande mistério da encarnação, a essa vontade que nos leva a fazer um ninho e ficar nove meses na escuridão. A Lua Negra leva praticamente 9 anos para completar seu ciclo e 9 meses em cada signo. Atualmente está em aquário.


A Lua Negra nos conecta com o que é da espécie, quando estamos no útero, vivemos aquilo que é da espécie, de toda história da humanidade, do ponto de vista genético. É no útero que vamos captar uma série de sensações, de impressões que não tem imagem.


Durante os nove meses de gestação, o bebê vai viver no escuro, e todas as impressões que ele registra são muito fortes, mas sem referência de imagem para relacionar, ou seja, são sensações extremamente poderosas e que vão atuar durante toda a vida após o nascimento, por isso é que são uma série de referências estranhas e obscuras, imagens fantásticas, porque não temos imagens para associar a essa memória.
Assim, sob essa perspectiva, é a partir do nascimento é que vai haver um encontro entre a mãe e o bebê. Essa relação entre o bebê real e as expectativas da mãe também podem ser observadas nessa relação com a Lua Negra. A expectativa com relação ao sexo do bebê, a forma como a mãe vai lidar com os desejos e as projeções.


Uma importante investigação que podemos fazer é do período que antecede ao nosso nascimento, ou seja, a partir da Lua Negra da concepção, de como foram os nove meses que antecederam ao nosso nascimento.


Durante a gestação, no período em que a lua transita pelo apogeu ela traz para o feto a sensação de refluxo, esvaziamento, sensações estas que seguirão pelo resto da vida, e que exigirão elaboração. Durante aquele período ela está mais lenta, está mais distante. E à medida que aprofundamos as investigações por signo e casa, vamos entender como é esse processo de atração e repulsão, calor e frieza.

A partir do nascimento a Lua Negra tem a capacidade de nos informar acerca das presenças corporais que, de um modo que muitas vezes é paradoxal. Muitas vezes nós nos relacionamos objetivamente bem, mas o corpo contradiz, com desconforto, mal estar.
Assim, a Lua Negra estando ligada à gestação, à gravidez, gravidade, está ligada a todos os processos do planeta em que a gente vive, mas que não vê. E como vamos estabelecer uma relação com aquilo que não vemos, mas que age, e que age de forma obscura, já que ela trabalha nossas reações mais primitivas, as que não chegam a vir ao consciente.


A Lua Negra corresponde às nossas experiências que são registradas sensorialmente, ela é extremamente corporal, revela-se através dos gestos, atitudes corporais, atração e repulsão das quais muitas vezes nem percebemos, mas todo mundo registra e responde


Uma primeira forma de entender como a Lua Negra funciona, seria observando nossos automatismos do ponto de vista do corpo, gestos, posturas, sensações, reações automáticas que têm uma relação direta com este aspecto.


Os trânsitos de Lua Negra são momentos em que será possível, e muitas vezes necessário elaborar estas sensações, é quando ela traz a possibilidade de elaborar imagens.
A Lua significa nossa socialização, ou seja, quando começamos a ter a percepção do ambiente, com luz, quando abrimos os olhos e nos deparamos com o ambiente que nos cerca.
A Lua Negra já foi, você já aprendeu tudo antes. Pelo simbolismo, durante nove meses estamos no útero e aí aprendemos tudo que tínhamos para aprender em termos de Lua Negra. Quando nascemos, durante algum tempo não percebemos nada, mal se consegue enxergar. Todo este período, porém você percebe fisicamente é sensorial.


A lua negra está relacionada à força que nos faz encarnar e os nossos mecanismos de sedução, atração e repulsão.
Na Lua Negra podemos entender o nosso processo de encarnação, nascimento, e a forma como vamos nos manter encarnados. Este processo inicia no útero, mas vamos continuar a buscar formas de nos manter encarnados, essa busca, esse instinto de preservação está relacionado a ela.
O tanto de energia que dispomos para nos manter, e a forma como lidamos com essa busca, também está associado à Lua Negra. Nosso instinto de sobrevivência, nossa força básica, tudo isso podemos verificar na forma como vamos lidar com ela.
Ela nos conecta aquilo que somos, no sentido mais básico, primitivo. A partir daí podemos entender que a Lua Negra está ligada ao corpo, o nosso corpo, e tem a ver com as sensações físicas, fluxo e refluxo, e a interpretação que damos para estas sensações.


A Lua Negra tem a ver com a gravidade, com o peso e com as variações, tem relação com o balanço de atração e repulsão entre a Terra e a Lua.
Ela é a necessidade de se analisar o movimento do corpo à distância, é uma questão corporal e inconsciente. E por ser uma relação com o corpo, com a memória do corpo, por se constituir de impressões que não possuem imagens como referência, é que ela nos exige muito mais cuidados e atenção, pois à medida que vamos elaborando estas impressões no decorrer da vida, entramos em contato com essa energia e muitas vezes criamos para essas impressões, uma imagem muito poderosa, mas muitas vezes também obscura e aterrorizante.


Esses nove meses antes do nascimento, de se tornar um embrião, no período de desenvolvimento na barriga da mãe, se estende por toda vida, a nossa capacidade de se preservar na vida, de se agarrar com unhas e dentes, com todo princípio de informação, todo processo de adquirir uma forma é dela.


A Lua Negra é uma hiper sensibilidade ao ambiente e essa hiper sensibilidade está ligada ao fato de que estando no útero, no escuro, todos os movimentos dos líquidos, as variações neste ambiente, serão extremamente poderosas, um registro que remete a figura da Lilith e as experiências entorno de elementos arquetípicos que são ligados a Lilith, em contextos diversos, em culturas diversas e épocas diversas.


A referência a essas imagens fantásticas, está relacionada a essa hipersensibilidade do período intra-uterino, ao escuro, a essas variações, o refluxo que ocorre enquanto a Lua está no apogeu, o que pode ser aterrorizante. E que se constitui como aterrorizante na primeira infância, e vai formar um registro, um registro mítico daquilo que é aterrorizante pra ele, e que depois vai se tornar aterrorizante no contexto coletivo, e vai se refletir na imagem que se tem da Lilith.


Sob a perspectiva coletiva, esse registro mítico da Lua Negra - Lilith relaciona-se com tudo que foi atribuído a mulher, no aspecto sombrio, à sexualidade relegada à sombra, à sensualidade, às experiências com o corpo e que não são compreendidas, tem a ver com a gestação, e também com a negação de uma gestação, com tudo que refere-se a uma gestação, com tudo que circula os ciclos femininos, com as experiências dolorosas que estão ligadas a esses processos, e com o poder que também está ligado a esse processo, e que geraram estes registros míticos.


Fabiana Pizetta

Astróloga.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PADRÕES CÍCLICOS DE LUNAÇÕES

Os padrões de lunação ocorrem em virtude do movimento da Lua ao redor da Terra.

As fases básicas do ciclo de lunação são quatro, que passam a ser oito quando consideramos a divisão de cada ciclo, daí surgindo a definição de oito tipos humanos, de acordo com o dia de nascimento.

1º: da Lua Nova ao Primeiro Quarto (crescente) – 0º a 90º

Período de atividade instintiva, inconsciente e irreprimível. Percepção subjetiva, com tendência para não distinguir entre desejos, sonhos ou sentimentos e a realidade do mundo exterior. A pessoa procura descobrir quem ela é, até onde pode se expandir e quais as suas qualidades psíquicas. Impulsividade e espontaneidade; confusão de valores e falta de equilíbrio psicológico.

Na distância de 45º do Sol, começa a surgir um estado de tensão de caráter. O desejo de expansão é muito forte, mas a resistência contra aumenta. Isto dá início ao processo de transformação: a percepção objetiva aumenta, desenvolvem-se emoções, complexos e desvios – começa a individualização, que aumenta até a fase crescente.

2º: da Lua Crescente até a Lua Cheia – 91º até 180º

Este é o período no qual os obstáculos devem ser vencidos e o mundo velho deve ser enfrentado com atividade deliberada, que atinge seu auge quando a Lua está a 135º do Sol. Este aspecto é do tipo de luta, na qual a personalidade força suas próprias decisões por um objetivo cada vez mais claro. O indivíduo procura destruir os obstáculos. E, à medida que se aproxima da Lua Cheia, o esclarecimento e maturidade ficam mais fortes, rumo a algum tipo de realização ou compreensão.

3º: da Lua Cheia até o último Quarto (minguante) – 181º até 270º

É quando começa o período minguante do ciclo, que é liberado o poder ativo de percepção, que pode ser partilhado com outros e transformá-los. Por outro lado, neste período há uma cristalização progressiva e depois desintegração de estruturas orgânicas.

A energia solar, que foi liberada na Lua Nova, vai se exaurindo a partir da Lua Cheia. No entanto, o poder do Sol energiza a consciência e a mente do ser humano individualizado.

O ponto crítico é o ângulo de 135º entre o Sol e a Lua. Porém, como é um aspecto minguante, isto é, o refluxo do ciclo, está se encaminhando para a escuridão (inconsciência) do instinto, para a emergência da consciência racional; os ideais devem ser partilhados e transformados em algo objetivamente aplicável; adquirir senso de responsabilidade ou senso de derrota.

4º: da Lua Crescente até a Lua Nova – 271º até 360º

É momento de crise que envolve problemas de percepção e formulação de decisões. O conflito é forte (nível ideológico), assim como a perda da força biológica. Na parte social, é o desafio das velhas estruturas sociais, e o surgimento de pessoas destinadas a agir como “sementes” para o futuro.

Quando chega o aspecto de 45º Sol-Lua (lua balsâmica) – é a propagação da semente e do sacrifício pessoal.

Neste período que antecede a Lua Nova, podem nascer os mártires ou os personagens simbólicos que são a incorporação da necessidade de sua coletividade.

Rejane Barbisan

Astróloga

[i]



[i]Condensado de O CICLO DE LUNAÇÃO – Dane Rudhyar

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

LUNAÇÕES





Talvez por influência da mídia, as pessoas dão uma considerável importância ao “signo solar”, pois é fácil fazer a relação do dia de nascimento e a posição do sol com relação ao zodíaco.

Na astrologia geocêntrica, a terra é colocada no centro e se torna apenas um receptor de influências celestes, sem participação alguma. O mesmo acontece com a astrologia centrada na pessoa, que acaba se tornando um joguete de forças externas, sem qualquer vestígio de livre-arbítrio. Na verdade, de acordo com as mais recentes teorias quânticas, tudo faz parte do todo, o que nós não conseguimos captar de maneira integral.

A lunação é o relacionamento cíclico do sol com a lua. E os seres humanos podem ser divididos em tipos, de acordo com o período de lunação, classifi8cação esta que se refere a um aspecto do ser humano total.

Pela posição do sol no dia do nascimento, podemos avaliar a natureza básica e propósito arquetípico de um ser humano. Pela fase da lua, isto é, o grau de luz de ela reflete, começamos a compreender o processo de vida opera no indivíduo e qual a atitude que adota ao solucionar os problemas de relacionamento da vida.

A primeira divisão se faz verificando se a pessoa nasceu no período crescente ou minguante da lunação. O crescente é o poder de construir estruturas e o minguante tem o poder de liberar o significado criativo. A segunda divisão é transformação do ciclo em quatro períodos básicos: da lua nova – até o 1º quarto (crescente) – lua cheia – até o último quarto (minguante). Além disso, os pontos centrais de cada período são momentos de confrontos – liberação de energia construtiva ou destrutiva.

(Continua em: Padrões cíclicos de lunação)

Rejane Barbisan

Astróloga

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quincunce

A dinâmica da astrologia


Tudo no universo é movimento ordenado e com rotações em ritmos regulares e trajetórias em círculos ou elipses. Os astros formam aspectos entre si, isto é, relações baseadas em distâncias específicas, em um determinado momento, o que os faz exercerem uma ação comum ou uma tendência. Como disse Morin, dois planetas em aspecto comportam-se como dois sócios ou rivais.

Kepler tentou relacionar a teoria dos aspectos com a escala musical (sons) e as relações geométricas dos pitagóricos, que dividiam o círculo (360º) formando figuras – a divisão por 2 relacionar com a oposição, por 3 com o trígono, por 4 com a quadratura...

A conjunção, que é quando dois planetas se encontram no mesmo ponto do zodíaco, é uma tentativa de fusão, de combinação. É o aspecto Zero, um ponto de partida, o momento da potencialização de algo e também a liberação de uma energia e/ou poder novo.

Rudhyar diz que “a medida que a conjunção se torna separativa, a potencialidade liberada no momento exato da conjunção é progressivamente distribuída, simbolicamente falando”.


Se considerarmos cada planeta como personagem de um jogo, podemos considerar que se os jogadores são harmoniosos, há uma associação benéfica, porém, se houver dissonância, eles serão adversários jogando em lados opostos e tentando vencer o outro.

Rejane Woltz Barbisan

Astróloga

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Astrologia



Um dos principais conteúdos da astrologia é seu aspecto simbólico, que considera os planetas e os signos como símbolos de processos cósmicos e de princípios universais, o que Jung chamava arquétipos. Podemos utilizar esta linguagem simbólica que serve para representar modelos e forças universais. O conteúdo simbólico da astrologia não é completo nem utilizável a menos que seja usado em relação a um quadro global da vida, isto é, holístico.
Poderíamos considerar como fenômeno holístico a antiga lei das correspondências ou das analogias entre as partes e o todo. Jung chama a esta lei das correspondências de “sincronismo”. Quanto à astrologia, determina que tudo o que nasce ou se realiza em um momento determinado, preservará inevitavelmente as qualidades desse momento.
Esta lei da sincronicidade explica porque o horóscopo ou carta natal é determinado com base na hora em que o recém-nascido realiza sua primeira inspiração. É precisamente neste instante que o bebê ajusta seu ritmo individual ao do grande Todo, ao ritmo do Universo. Tudo ocorre como se o sistema nervoso do recém-nascido fixasse os ritmos de seu entorno solar no momento preciso em que seu nascimento o expõe a este mundo material pela primeira vez. Recuperando a visão dos grandes astrônomos/astrólogos do passado, a astrologia considera que este primeiro momento, do cruzamento das linhas espaço/tempo, se trata de um traçado prévio de tudo o que imprime no bebê a natureza terrestre: genético, afetivo, educativo, sociocultural, geográfico, etc.
Dentro ainda do holismo da astrologia, os números (matemática elementar) é de grande importância, visto que tudo são ciclos e estes são previsíveis, como por exemplo, os eclipses, o tempo de duração das precessões, os equinócios, e todos os outros fenômenos materiais do cosmos.
Neste contexto, o mapa natal de uma pessoa mostra as potencialidades com as quais ela nasceu e poderá ou não aprimorar e/ou desenvolver.
Rejane Barbisan
Astróloga

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Plutão


E Plutão está em Capricórnio.
Será um período de grandes transformações, em todos os níveis (físico, mental, emocional, espiritual, geológico), o que já está acontecendo.
Plutão foi descoberto em 1930 e demora 246 anos para percorrer o Zodíaco e chegar ao ponto de partida.
Apesar de ser um astro pequenino, a influência que exerce é fora de proporção com suas dimensões. Devido à irregularidade de sua órbita, pode permanecer em cada um dos signos desde quatorze, até mais de trinta anos.
Plutão, apelidado de “anão”, é extremamente denso, mais pesado que o ferro, o chumbo, o aço. Só um exemplo: 1 grama da matéria de Plutão pesaria na Terra cerca de uma tonelada! Isso talvez explique um pouco a influencia que exerce na Terra, bem como a sua composição molecular!
A Astrologia é determinante, é matemática, é uma das expressões mais visíveis da linguagem do Universo com os homens.
Plutão desnuda, deixando-nos no vazio mais absoluto. Plutão concentra, intensifica, transcende os limites.
Quando você estiver se sentindo só, abandonado(a), no fundo do poço, para poder transcender, tem de pagar um preço: o desligamento do ponto de referências habituais, daquilo que serve de apoio, e de sua própria identificação. Em outras palavras: com que nos identificamos? Com o nome, com o status, poder, beleza, hábitos, o ego? A “malha fina” de Plutão atua nessas áreas.
Plutão é duro, violento, drástico, arrebatador, profundo e misterioso. Plutão separa para unir. E a conseqüência desse contexto é uma universalização das atitudes pessoais. Plutão é extremista: se a situação é de força, com Plutão é de mais força; se é de fraqueza, com Plutão, é de muito mais fraqueza. O segredo é o EQUILÍBRIO.
O trabalho de Plutão consiste em nos libertar dos vínculos com a matéria. E isso ele faz por bem ou por mal.
Plutão se despede de Capricórnio em 2023, fazendo um bom relacionamento (sextil) com Netuno, porém um aspecto desafiador (quadradura), com os nodos Norte e Sul, como se estivesse dizendo: “missão cumprida”.
O lado bom de Plutão: ele é a Fênix que renasce das cinzas após a destruição. Plutão é o renascer, é uma nova aurora.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Trânsitos




Em astrologia, significa a passagem de um astro em um determinado ponto sensível (planeta, ângulo) do mapa natal.
O mapa natal é um momento único, o cruzamento do tempo e o espaço, que fica imobilizado. Mas o universo está em constante movimento e os trânsitos consistem em acompanhar os movimentos planetários em relação às posições fixas do mapa natal.
Sua importância depende de sua duração.
Podemos então deduzir, que os mais importantes são os de Urano, Netuno e Plutão; os de Júpiter e Saturno são muito marcantes e os do Sol, Marte, Vênus e Mercúrio são trânsitos menores, considerando sua duração. Embora, às vezes, eles sirvam como detonadores de uma situação que aparentemente estava parada.
Os trânsitos não produzem seus efeitos necessariamente no dia exato em que ocorrem – podem ser um pouco antes ou logo depois; os efeitos podem ser externos ou internos (aqueles que só a pessoa sabe que ocorreu).
Também existe uma órbita de manifestação dos trânsitos: podem ser de dois dias (para Mercúrio e Vênus) até um mês (Saturno). Já para Urano, Netuno e Plutão, poderá ser de um ano até dezoito meses, porque o sistema de retrogradação faz com que eles passem várias vezes sobre o mesmo ponto sensível.


Rejane Barbisan
Astróloga

domingo, 8 de novembro de 2009

Astronomia - Cosmologia

Se tudo faz parte do mesmo Universo, por que não deveria existir influências recíprocas? Pense!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Conjunção Júpiter e Netuno em Aquário

Quando: 21 de dezembro de 2009

Em primeiro lugar, gostaria de colocar que falar sobre este evento astrológico é uma forma de vivenciá-lo. Porque Júpiter está trazendo Netuno à consciência, evidenciando aspectos que foram desenvolvidos nos últimos 11 anos; período em que Netuno está transitando em aquário.
Inspirando uma busca por alternativas que nos auxiliem no processo de dar sentido às nossas experiências; criando a possibilidade de Iluminar as questões ligadas a Netuno em Aquário, para que possamos expandi-las e integrá-las; Júpiter expande, e aqui podemos ficar com expectativas infladas e irreais; fazendo-nos acreditar em saídas milagrosas.

Muitos outros aspectos dessa conjunção poderiam ser abordados aqui, mas considerando alguns aspectos de planetas lentos, que ocorrerão a partir do final desse ano, e ainda em 2010, e do trânsito de Plutão, que já está em Capricórnio, eu achei mais pertinente focar a possibilidade de escolhas, e o questionamento das nossas conexões, por que talvez assim possamos nos despojar dos excessos e seguir nessa caminhada mais leves e esperançosos.


A conjunção tem uma característica de começo, de colaboração e marca o início de um novo ciclo. Como um nascimento, este é o começo de um processo que terá uma finalidade e foco para além do momento atual. E este ciclo está relacionado às crenças e ideais que estabelecemos.
Este momento nos proporciona rever como estas questões vem sendo desenvolvidas. Dando início a este ciclo, traremos estas reflexões e considerações para o nosso presente e conseqüentemente para o nosso futuro.

A conjunção acontece em Aquário, afetando mais diretamente o grupo de signos fixos, Touro, Leão, Escorpião e Aquário. Os signos fixos tendem a se posicionar de forma mais direta e objetiva, sendo assim, podemos esperar acontecimentos para este grupo.
Para Leão esse momento pode causar uma necessidade de rever as suas certezas, a sua identidade, já que esta oposição evidencia muitas das suas dificuldades também.
Para Touro a segurança pode ficar ameaçada, na medida em que o apelo por mudanças, despojamentos e questionamentos toca nos seus apegos e no seu conforto.
Para Escorpião a sua necessidade de controle pode ficar ameaçada, afinal existe uma oportunidade de mudança, de saída, mas certamente terão que ir fundo nesse processo, já que é praticamente certo que algo novo irá surgir.
E Aquário é o portador das novidades da conjunção, então é prudente analisar estas possibilidades com cautela e discernimento e ver quais as reais possibilidades de mudança que esta conjunção proporciona. Aquário é um signo com características de lado B, alternativo e isso já pode nos indicar que as saídas não serão as convencionais, as tradicionais.

Como Netuno aparece em Aquário?
As relações que se estabelecem hoje refletem muito desse trânsito de Netuno em Aquário. Muitos de nós hoje se encontram o tempo todo interligados por máquinas, muitas vezes com a intenção de nos comunicar, de nos aproximar e até em busca de informação e de conhecimento, do novo, nos conectamos às máquinas, que fazem essas ligações com uma rapidez incrível.
As nossas conexões acontecem através de celulares, mensagens eletrônicas, redes de relacionamento, sites, blogs, twiters, mp3, antenas, aparelhos disso e daquilo, muitas vezes usados simultaneamente, criando redes de ligações e a idéia de que estamos conectados, integrados.

A busca por conexões é uma tendência natural, para que a vida aconteça, essa busca e necessidade de estabelecer conexões é fundamental, para que haja desenvolvimento. Para que haja um equilíbrio, pra que a vida aconteça, independente de estarmos conscientes desse processo ou não, ele vai acontecer.

Mas é preciso analisar de que forma essas conexões estão acontecendo. Quando se parte em busca de algo que vá suprir essa necessidade, em geral se parte numa direção para fora, na ilusão de que algo fora vá suprir essa necessidade de relação, de conexão e até de liberdade, e assim podemos não perceber que isso acontece primeiro em mim, aqui, ou seja, começa e termina em mim.

À medida que se busca, ou que se exercita essa busca por liberdade, por conexões consigo mesmo, podemos sim criar, outras conexões, de uma forma mais verdadeira, mais inteira.
Hoje temos sempre muitas possibilidades, porém é necessário eleger as opções por onde vamos construir essas conexões e construir um caminho de integração consigo mesmo, em primeiro lugar.
A internet acaba sendo uma opção quase que automática, perdemos a noção das horas em frente ao computador, e muitas vezes ainda ficamos com uma sensação de vazio muito grande.
Existem diversos estudos que mostram que a grande quantidade de informações a que ficamos expostos gera uma dificuldade de sentir, de perceber esse isolamento, os excessos da mente podem acabar gerando uma espécie de passividade, anestesia, criando uma sensação de frieza e distanciamento frente a aspectos emocionais.
Na cultura do conhecimento o órgão mais valorizado é o cérebro, mas precisamos conectar o corpo inteiro.
Muitas vezes a quantidade de informações que se está absorvendo é maior do a que se consegue processar.
Então ficamos quase que hipnotizados por uma série de notícias, imagens e entre as trocas rápidas de espaços.
A disponibilidade imediata de comunicação com tudo e todos pode trazer a ilusão de que estamos fazendo escolhas, mas acabamos indo de uma coisa para outra, e assim infinitamente.
Criando um paradoxo entre automatismo e liberdade de escolha, e isso pode gerar problemas nos relacionamentos afetivos, trazendo distanciamento.
E nesse momento, a conjunção Júpiter e Netuno em aquário, aumenta muito essa expectativa, de que algo vá suprir esse vazio.
É possível utilizar toda essa parafernália tecnológica como instrumento de comunicação sim, são inúmeros os exemplos de ações bem sucedidas na net, onde as distâncias não são impedimento para que os grupos atuem, e onde muito se pode ganhar em termos de conhecimento e possibilidade de troca.
Mas corremos o risco de acreditar em formas mágicas de solução e preenchimento para as nossas vidas.
Essa busca por uma conexão pode nos levar a acreditar que ela pode ser feita de uma forma artificial, podemos acabar transferindo as nossas crenças para as máquinas, para esse arsenal tecnológico que nos cerca, e com o que hoje estabelecemos muitas das nossas relações.
E quando temos algum problema com um desses pontos de referência, com algum equipamento, com o computador p. ex. muitas vezes nos desestruturamos a ponto de pensar que sem eles não conseguiremos viver.
Então, a expectativa de trilhar uma busca por transcendência, inevitavelmente, vai nos levar à constatação de que não existe uma resposta pronta pra isso, mas a busca é a construção desse caminho.
A transcendência é ir ao encontro a dessa conexão num sentido que é essencial, espiritual.
E que ao mesmo tempo é também uma projeção de algo que deveria acontecer aqui, e não fora.

Analisando as relações com essa característica aquariana podemos perceber que hoje em dia temos uma indicação de que essa busca seja voltada para dentro em busca de um contato maior, de um conhecimento maior.
E a medida que essa busca passa a ser interna, então eu já estou fazendo essa conexão, já estou construindo essa relação.

Não que seja um único momento, um momento especial e mágico, mas na construção da busca, no trilhar ele já está acontecendo. E é fundamental ter a noção de que o caminho se faz ao se caminhar por ele.
Porque essa conexão é esse caminho, esse processo de procurar me conhecer.
Fazemos essa construção, mas na maioria das vezes não percebemos, então talvez agora possamos aproveitar a inspiração que esse aspecto nos transmite para observar um pouco mais esse processo de busca.

Quando percebemos que a busca está pautada por algo que está fora, e a internalizamos, então há uma compreensão prática do que é e há uma possibilidade de mudança, de entrar em contato com a verdadeira liberdade,
a liberdade que essa conjunção nos propõe.
Essa comunicação está acontecendo dentro o tempo todo, se temos essa sede por informações, então podemos começar a saciá-la com os nossos próprios conteúdos, o nosso corpo, a mente, o espírito.

Eles estão mandando informações constantemente, mas é preciso querer ouvir, criar um espaço para sintonizar consigo mesmo, é preciso querer fazer essa conexão, observar-se, ouvir a própria intuição.
Procurar entender essas mensagens que o nosso corpo está nos enviando e que precisam ser traduzidas para que sejam entendidas, pra que se volte a ter essa relação, que em algum momento já foi natural.

Existem alguns estudos que analisam a ausência do corpo nas relações virtuais, porque com certeza essa é uma questão importante, que deve ter seus efeitos colaterais no corpo. De que forma o nosso corpo está reagindo a essa nova forma de se relacionar?
E talvez o que nos ofereçam de melhor nesse momento seja a possibilidade de rever alguns aspectos ultrapassados, de maneira suave, como uma onda inspiradora de mudança.
Pra que haja uma fluência nesse sentido é preciso criar esse espaço.
Essa comunicação pode trazer informações muito especiais, trazendo a possibilidade de nós mesmos respondermos essas questões, e talvez este seja um momento extremamente propício para iniciar esse processo.

Essa expectativa de que em algum momento esta resposta vai chegar, de uma forma mágica, um sinal, já pode ser um indício de que estamos esperando por algo.
E à medida que abrimos esse espaço para a relação interna, podemos ter a percepção de que realmente há algo especial acontecendo, o tempo todo.
Estamos recebendo essas respostas, mas se não há espaço para que elas sejam percebidas, se não estamos com os ouvidos preparados para ouvir, não aproveitaremos esta bela oportunidade.
E continuaremos a esperar que algo fora nos toque, nos responda, nos conecte, para que tenhamos a certeza de que estamos nos completando.

O “ser” na sua totalidade, corpo, mente, espírito, como uma unidade, nos faz perceber que quando estamos inteiros e conectados fazemos realmente parte de um todo maior.
Mas pra isso é preciso espaço, tempo, vazio, silêncio, é preciso que nos desliguemos um pouco de tantas coisas que nos enredam, que nos distraem, para então conseguir iniciar essa relação.
Criar as condições especiais para essa união é necessário, já que ela exige uma construção da nossa parte, ela precisa ser resgatada para que seja possível.

A partir do momento que começamos a criar esse relacionamento, essa conexão, com tudo que engloba o “ser”, então passamos a buscar uma relação maior, e mais verdadeira, aí sim, é possível melhorar a relação com o mundo e com os outros.
Porque esse preenchimento que a tecnologia nos trouxe, essa comunicação constante, toda essa diversidade de opções que nos cerca, de certa forma, está consumindo esse espaço da nossa vida.

Júpiter possibilita a expansão e a integração desse processo
e muitas vezes esse é o espaço onde podemos valorizar as nossas experiências.
Hoje, não conseguimos aprofundar as experiências por que estamos constantemente ligando uma coisa a outra, uma experiência a outra e assim incessantemente.
Como estamos constantemente cercados de informação, e preenchimento desses espaços, é como se nos acomodássemos e ficássemos passivos diante do que vem.

E para aprofundar determinadas experiências precisamos de um espaço reservado, senão somos consumidos por aquilo que imaginamos estar consumindo.
Essas relações muitas vezes não proporcionam oportunidade de aprofundamento e intimidade, assim ficamos na superfície.
Esse espaço para aprofundar e valorizar uma experiência é necessário para que possamos fazer uma adaptação entre as experiências e assim assimilar as novas etapas, os novos processos.

O vazio, o não preenchido por atividades, máquinas, compromissos, outras pessoas, um intervalo entre uma experiência e outra, entre uma conexão e outra, entre os relacionamentos, o início, o meio e o fim.
Ter a possibilidade de viver o tempo de gestação, a idealização, é fundamental para que uma nova forma apareça.
Sem esse espaço corremos o risco de anular o valor do que experimentamos, não percebermos a importância e a validade dessas experiências.

Ter um entendimento do que cada experiência requer, isso é produto de uma sensibilização de algo que acontece conosco, e como instrumento do que vai ser importante lá fora, nas conexões que se sucedem.
E perceber que as experiências fazem sentido pra mim, que são realmente importantes, e assim eu tenho algo pra levar pra fora, pra comunicar lá fora, e algo fora vai me tocar de maneira diferente.

A partir do momento que eu me permito abrir esse espaço eu posso perceber que sim, eu posso ter uma relação de liberdade, de escolha e talvez menos de dependência e expectativas.
Estabelecendo uma relação de liberdade eu posso circular e me relacionar entre as coisas do mundo sem a expectativa de preenchimento.

E quando esse arsenal de coisas que me cercam começam a perder essa importância, então eu posso olhar para a qualidade das minhas trocas, das minhas relações, a qualidade do meu afeto, a qualidade do que eu posso construir nas minhas relações, encaminhando as minhas relações para uma experiência mais igualitária e livre, um outro tipo de relação;
onde o que conta é o afeto, a solidariedade a riqueza das experiências.

O propósito de uma relação de liberdade e igualdade que pode estar ligado a este momento, terá a chance de acontecer se eu me permitir esses questionamentos, me permitir transcender alguns valores, alguns apegos que, aparentemente me oferecem segurança, mas que muitas vezes já estão vencidos e precisam ser revisados.
Um questionamento que pode ser feito hoje com relação as nossas crenças, nosso estilo de vida, nossos padrões de automatismo, enfim nossas relações.

A busca pela transcendência não nos garante o que vamos encontrar, que vai haver um momento em que se atinge o objetivo, mas a busca nos coloca na caminhada, a busca nos faz construir, descobrir um novo caminho, e buscando podemos questionar que aquilo que estabelecemos hierarquicamente talvez não seja viável, e talvez o “novo” que esse aspecto nos propõe seja de entrar nessa jornada onde temos espaço para dúvidas, e que a partir do momento que eu me comprometo com a minha construção, então posso entender que existe espaço para muitas coisas, que me acompanharão na minha caminhada, mas que não representam de forma alguma um peso, e sim uma possibilidade de conexão e integração.
Fabiana Pizetta
Astróloga